Essa semana faz 53 anos que Marilyn Monroe foi encontrada morta em seu quarto, na casa onde residia em Los Angeles. Em Novembro fará 52 anos que o presidente dos EUA JFK morreu em decorrência de tiros enquanto fazia um desfile em Dallas. O que esses dois fatos tem em comum, você se pergunta.
Se você ler o livro MARILYN E JFK, do jornalista François Forestier, pode chegar a algumas conclusões sobre isso.
A obra tem um texto corrido, bem parecido com uma noticia de jornal, chegando às vezes a me dar certa repulsa. A manchete é ótima: o envolvimento 'amoroso' dessas figuras públicas tão conhecidas.
De cara, o autor descreve os momentos após a morte de JFK, quando ele foi levado quase morto ao hospital em Dallas, sangrando no colo de Jacqueline, sua esposa, e a vã tentativa dos médicos em mante-lo vivo. Na mesma velocidade somos levados a sua infância, com o pai autoritário e adúltero e a mãe religiosa. Assim também conhecemos Marilyn, ou Norma (seu nome de batismo), mas já na adolescência, longe dos pais (a mãe estava internada em uma instituição para pessoas com transtornos mentais e o pai ausente há muito), morando na casa de amigos.
Jack sendo criado para o sucesso e Marilyn se virando como pode: é mais ou menos esse o cenário colocado no livro. Vemos JFK sendo moldado para ser presidente, tendo tudo e todas que quer; já Marilyn, ainda que idolatrada, é viciada em álcool, barbitúricos e sexo. Nos primeiros capítulos eles seguem separados, pois ainda não se conhecem. Mas, assim que se encontram pela primeira vez, numa das milhares de festas particulares que frequentam, já se tornam amantes.
Ele tem uma aparência a manter em vista da carreira pretendida pelo pai (seu casamento com Jackie é um modelo para a sociedade americana da época), mas todos a sua volta sabem que ele é um maníaco sexual, trazendo para sua cama (literalmente) todas as mulheres que quer. Ela não se preocupa com a aparência, gosta de ser amada e paparicada, faz escândalos nos setes de filmagens, se relaciona com todos a sua volta, mesmo estando casada (teve três casamentos: James Dougherty - na casa de quem morava durante a adolescência, Joe DiMaggio - famoso jogador de beisebol e Arthur Miller - escritor e produtor).
Em meio às fofocas dos casos de ambos, Forestier apresenta os gangster, traficantes, policiais, políticos, investigadores particulares e federais que 'grampeavam' a vida de todos, inclusive do dramático casal.
Alguns encontros são descritos no livro, nesses o casal de amantes aparece feliz e sem medo de se mostrar para o grupo a que frequentavam (Jacqueline normalmente não participava desses eventos, mesmo depois que JFK já é presidente).
E assim é o livro, louco e forte. você quase consegue se sentir dopada pelos remédios que ambos consomem: Marilyn para se afastar da realidade, JFK para afastar a dor nas costas.
Particularmente, não é dos meus livros favoritos. Preferia ter permanecido com a ideia mais abstrata sobre eles. Sinceramente, não acredito que tudo que foi apresentado seja verdade, podendo a realidade ser pior ou melhor; o que nunca saberemos, e é melhor assim.
Um pouco sobre o autor: François Forestier nasceu na França em 1947 e se tornou um romancista e renomado crítico de cinema, No Brasil, os seus livros publicados são:
Marlon Brando - A Face Sombria da Beleza
Marilyn e JFK