Hebe: a biografia (Artur Xexéo)

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Ficha Técnica:
Autor: Artur Xexéo
País de Origem: Brasil
Número de Páginas: 264
Ano de Lançamento: 2017
ISBN: 978-85-7684-950-6
Editora: BestSeller

Acompanhei vários programas da Hebe pela TV e a admirei ainda mais quando pude estar presente na gravação de um deles. Era o dia 12/04/2010 e embora eu tenha ido interessada na apresentação de um dos meus ídolos (Alejandro Sanz), reconheço que fiquei impactada ao ver uma das apresentadoras mais famosas do Brasil. Mesmo debilitada pelo diagnóstico de câncer e sempre amparada pela produção do programa devido a dificuldade para se locomover, Hebe se mostrou extremamente carismática: sorria, brincava e dava atenção a todos, o que me fez admirá-la no momento em que a vi. Assim que soube do lançamento de sua biografia, me interessei pela leitura, já que gostaria de conhecer mais sobre essa mulher tão guerreira.

Primeiramente, Artur Xexéo descreve como Hebe entrou em sua vida: sua avó era fã dela. Comenta também que trabalhou em sua estreia na TV Bandeirantes, recebeu um agradecimento da apresentadora e acredita que o livro seja uma celebração à vida e a própria Hebe.
“[...] o programa apresentou para o público uma mulher descontraída, de raciocínio rápido, piadista, brincalhona, divertida, dona de uma risada contagiante. Não era esse o perfil dos entrevistadores de televisão nos primórdios”. – página 56 (referindo-se ao programa O mundo é das mulheres, que estreou em 1955).
Ao longo do livro, revela Hebe Maria Monteiro de Camargo (cujo nome se refere a deusa da juventude) insegura pela falta de estudo e pelas críticas, mas determinada em proteger e ajudar a família. A amizade com Nair Bello, Lolita Rodrigues e Agnaldo Rayol marcam presença, assim como alguns namorados: o que a presenteava diariamente com uma rosa vermelha que se tornou sua flor preferida, o romance conturbado com Luis Ramos e os casamentos com Décio Capuano (em 1964) e Lélio Ravagnani em 1973.

O convite para participar da primeira transmissão de televisão em 1950 e a carreira como cantora a fizeram conhecida, mas o sucesso realmente aconteceu como apresentadora de TV, já que seus programas se tornaram quase que obrigatórios para as celebridades assim como também espaço para apresentar novos talentos, como Paulinho da Viola.
“Há os que querem, mas não podem. Há os que podem, mas não querem. Nós queremos e podemos. À vida”. – página 143.
São descritas duas entrevistas não exibidas por problemas com os entrevistados e algumas situações bem engraçadas, que a apresentadora contornava com sua gargalhada e irreverência. Ainda assim, nem tudo são flores na vida dela: Hebe foi vaiada em um festival de música, perdeu audiência em determinados períodos e esteve fora do ar por alguns anos, teve problemas em várias emissoras pelas quais passou, algumas discussões por suas opiniões devido a personalidade forte, mas sempre se reerguia. Enfrentou tratamento complicado na luta contra o câncer e faleceu após uma parada cardíaca em 2012.

Na metade do livro, há algumas fotos retratando a vida e a carreira de Hebe, desde o início da carreira, o nascimento do filho Marcello, ao lado de Xuxa na gravação de seu programa e até após receber alta do hospital, em 2012.

As declarações sinceras de Marcello me surpreenderam demais, assim como os depoimentos de Claudio Pessutti (sobrinho de Hebe) e vários artistas como Xuxa Meneghel, Tom Cavalcante, Gloria Pires e Eliana também acrescentaram bastante à narrativa.  

Eu gostei muito, recomendo a quem goste de biografias ou simplesmente queira saber mais sobre a mulher que esteve presente em quase toda a trajetória da TV no Brasil. Como se propôs no início da carreira, Hebe conseguiu ajudar e manter sua família, mas além disso foi pioneira em seus programas e teve sucesso na carreira, tornando-se conhecida por suas entrevistas espontâneas, pelas declarações polêmicas e corajosas, pela expressão “que gracinha!” e também por distribuir rosas e até “selinhos” aos convidados de seu programa.
“Gosto mesmo é do imprevisível, do inesperado e das surpresas que fatalmente acontecem nos programas ao vivo. Preciso trabalhar assim para estar feliz e passar alegria para o meu público”. – página 213.
Só acho que o livro deveria ter sido escrito enquanto Hebe estava viva, para que ela pudesse perceber o quão longe a menina que não concluiu o primário pôde chegar e o quanto era admirada pelas pessoas.


Um pouco sobre o autor: Carioca, 65 anos e formado em Comunicação Social, Artur Xexéo é jornalista há quase 40 anos. Nesse período, trabalhou nas redações do Jornal do Brasil, do Globo e das revistas Veja e Isto É. Autor da biografia Janete Clair: A usineira de sonhos e do livro de crônicas O torcedor acidental, da Globo News e da Rádio CBN e colunista do jornal O Globo. Autor teatral, escreveu os musicais Nós sempre teremos Paris e Cartola: O mundo é um moinho. Foi roteirista dos seriados de TV Pé na cova e Sexo e as Negas, da Rede Globo. E espectador a vida inteira dos programas de Hebe Camargo.
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Ivi Campos

47 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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