Hola, ¿te acuerdas de mi? (Megan Maxwell)

sexta-feira, 14 de agosto de 2015



Saber que há um livro novo da Megan Maxwell é ter a certeza de que vou ler, então vamos para as informações! O título me pareceu original, achava que se referia a um novo encontro entre um casal e fiquei surpresa ao ler a dedicatória para a mãe da autora. O livro é dividido em duas partes, a primeira é baseada na história de vida da própria Megan Maxwell e a segunda é fictícia.

A primeira parte tem início no ano de 1960, em que as irmãs Carmen e Loli deixam a Espanha e partem para a Alemanha por oportunidade de trabalho em uma empresa. Conhecem Tereza durante a viagem e Renata na pensão onde moram e se tornam grandes amigas.
“O que não mata, fortalece”.
A dificuldade de comunicação delas por não falar alemão rende boas risadas, já que querem carne e compram carne para cachorro e sabão ao invés de shampoo. O contraste entre os países também é demonstrado, já que Renata fuma e usa calças apertadas, o que é totalmente inaceitável para uma mulher espanhola da época. Há ênfase também em comidas americanas e espanholas e no fato dos americanos preferirem café “aguado” enquanto os espanhóis o preferem mais forte.

Carmen escreve sobre seu cotidiano e outras impressões em um diário, que será muito importante durante todo o livro. Está registrado lá sua atração pelo militar americano Teddy, ainda que se enfrentem e se desafiem o tempo todo. Decidem se apresentar de novo em uma tentativa de fazer as pazes e o título do livro é dito nesse contato.
“As boas ideias são aquelas que nos surpreendem por não termos pensado nisso antes”.
Já era de se esperar que eles se apaixonassem, só que os planos de casamento pareceriam perfeitos se Teddy não fosse convocado para a guerra do Vietnã. A partir daí, o contato entre eles acontece por cartas (o que me fez lembrar de Querido John), sendo que até a imagem de um telegrama consta no livro. Após o nascimento da filha Alana, Carmen volta a Espanha para morar com os pais enquanto espera o próximo contato de Teddy.

A autora retrata três mulheres bem diferentes em personalidade: a submissa Tereza (agredida pelo marido e mesmo assim o sustenta), a rebelde Renata (tem relações rápidas e sem compromisso com os amigos, fuma e usa roupas provocantes) e a corajosa Carmen (dificuldades com Alana e apoio do pai).

No final, há fotos pessoais de Megan Maxwell: sua mãe vestida na moda dos anos 60, sua tia Loli, seus pais (o militar americano e a espanhola), seu avô e várias dela ainda bebê, o que dá um toque especial e pessoal ao livro.

A segunda parte (fictícia), tem início 35 anos depois, no ano de 2003. Alana já adulta, é forte e independente, capaz de se impor e enfrentar a chefe por suas ideias. Por ter sofrido uma desilusão amorosa, tem medo de se envolver. 

Carmen pede que a filha leia o diário que ela escreveu na época em que esteve na Alemanha e Alana se sente tentada a contatar o pai. Isa é uma personagem importante, fotógrafa e amiga para todas as horas, tem um relacionamento com Karen, em que a autora aborda o preconceito com um casal lésbico. Em um encontro delas, Alana conhece Joel Parker e se assusta quando ele diz ser da marinha americana.

Essa parte me decepcionou um pouco, pois a mesma situação ocorre em Surpreenda-me (também escrito por Megan Maxwell), além do sobrenome de Joel e Melanie (protagonista de Surpreenda-me) igual ser bem desnecessário, a não ser que tenha outro livro que os revele da mesma família.

Ao ler o diário da mãe, Alana se identifica e percebe que a situação se repete, já que se sente atraída por Joel. No começo, o relacionamento dos dois é cansativo, ele é muito insistente e suplica oportunidade, mas aos poucos, demonstra ser o homem ideal. Ainda assim, mesmo com a facilidade de comunicação existente agora (e-mails ao invés de cartas), Alana sofre com a distância pelas obrigações de Joel com a marinha, o que coloca o relacionamento dos dois em risco.

 Nessa parte da trama, o relacionamento deles não importou tanto para mim, mas sim o foco de Alana em contatar o pai. Torci para que isso acontecesse, o que me fez lembrar do livro Contratempo, até porque as situações são semelhantes.

Algumas músicas são mencionadas durante a história, mas reconheço que nenhuma me chamou a atenção, talvez por não serem latinas, como é tão característico da autora. A música tema de Alana e Joel é “A groovy kind of love”, de Phill Collins. Há trechos bem hot, mas a trama não se resume a isso.

O livro trata de amor, coragem, perdão e principalmente do poder das palavras, que podem mudar o rumo da vida de uma pessoa. Recomendo o livro pela coragem da autora em expor a própria história na primeira parte e criar a segunda parte de forma tão real que me vi torcendo para que tudo o que aconteceu com a personagem pudesse acontecer também com ela.

Para quem é fã da autora, ela estará presente em 05/09 na Bienal do Livro no Rio de Janeiro, em 07/09 em um encontro de blogueiros no Rio de Janeiro (necessário confirmar presença) e em 08/09 em um evento na Livraria Cultura da Av. Paulista, em São Paulo. Constam mais detalhes sobre a agenda dela no Brasil na página da Editora Planeta no Facebook.


Um pouco sobre a autora: Megan Maxwell é uma reconhecida escritora do gênero romântico. Filha de mãe espanhola e pai americano, publicou vários romances. Vive em uma aldeia nos arredores de Madri, na companhia do marido, dos filhos, do cão Drako e do gato RomeoSeus livros publicados no Brasil são:
 
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Ivi Campos

47 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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