Saber que há um livro novo da Megan Maxwell é ter a certeza
de que vou ler, então vamos para as informações! O título me pareceu original,
achava que se referia a um novo encontro entre um casal e fiquei surpresa ao
ler a dedicatória para a mãe da autora. O livro é dividido em duas partes, a
primeira é baseada na história de vida da própria Megan Maxwell e a segunda é
fictícia.
A primeira parte tem início no ano de 1960, em que as irmãs
Carmen e Loli deixam a Espanha e partem para a Alemanha por oportunidade de
trabalho em uma empresa. Conhecem Tereza durante a viagem e Renata na pensão
onde moram e se tornam grandes amigas.
“O que não mata, fortalece”.
A dificuldade de comunicação delas por não falar alemão
rende boas risadas, já que querem carne e compram carne para cachorro e sabão
ao invés de shampoo. O contraste entre os países também é demonstrado, já que
Renata fuma e usa calças apertadas, o que é totalmente inaceitável para uma
mulher espanhola da época. Há ênfase também em comidas americanas e espanholas
e no fato dos americanos preferirem café “aguado” enquanto os espanhóis o
preferem mais forte.
Carmen escreve sobre seu cotidiano e outras impressões em um
diário, que será muito importante durante todo o livro. Está registrado lá sua
atração pelo militar americano Teddy, ainda que se enfrentem e se desafiem o
tempo todo. Decidem se apresentar de novo em uma tentativa de fazer as pazes e
o título do livro é dito nesse contato.
“As boas ideias são aquelas que nos surpreendem por não termos pensado nisso antes”.
Já era de se esperar que eles se apaixonassem, só que os
planos de casamento pareceriam perfeitos se Teddy não fosse convocado para a
guerra do Vietnã. A partir daí, o contato entre eles acontece por cartas (o que
me fez lembrar de Querido John), sendo que até a imagem de um telegrama consta
no livro. Após o nascimento da filha Alana, Carmen volta a Espanha para morar
com os pais enquanto espera o próximo contato de Teddy.
A autora retrata três mulheres bem diferentes em
personalidade: a submissa Tereza (agredida pelo marido e mesmo assim o
sustenta), a rebelde Renata (tem relações rápidas e sem compromisso com os
amigos, fuma e usa roupas provocantes) e a corajosa Carmen (dificuldades com Alana e apoio do pai).
No final, há fotos pessoais de Megan Maxwell: sua mãe
vestida na moda dos anos 60, sua tia Loli, seus pais (o militar americano e a
espanhola), seu avô e várias dela ainda bebê, o que dá um toque especial e
pessoal ao livro.
A segunda parte (fictícia), tem início 35 anos depois, no
ano de 2003. Alana já adulta, é forte e independente, capaz de se impor e
enfrentar a chefe por suas ideias. Por ter sofrido uma desilusão amorosa, tem
medo de se envolver.
Carmen
pede que a filha leia o diário que ela escreveu na época em que esteve na
Alemanha e Alana se sente tentada a contatar o pai. Isa é uma personagem
importante, fotógrafa e amiga para todas as horas, tem um relacionamento com
Karen, em que a autora aborda o preconceito com um casal lésbico. Em um
encontro delas, Alana conhece Joel Parker e se assusta quando ele diz ser da
marinha americana.
Essa
parte me decepcionou um pouco, pois a mesma situação ocorre em Surpreenda-me (também
escrito por Megan Maxwell), além do sobrenome de Joel e Melanie (protagonista
de Surpreenda-me) igual ser bem desnecessário, a não ser que tenha outro livro
que os revele da mesma família.
Ao
ler o diário da mãe, Alana se identifica e percebe que a situação se repete, já
que se sente atraída por Joel. No começo, o relacionamento dos dois é
cansativo, ele é muito insistente e suplica oportunidade, mas aos poucos,
demonstra ser o homem ideal. Ainda assim, mesmo com a facilidade de comunicação
existente agora (e-mails ao invés de cartas), Alana sofre com a distância pelas
obrigações de Joel com a marinha, o que coloca o relacionamento dos dois em
risco.
Nessa
parte da trama, o relacionamento deles não importou tanto para mim, mas sim o
foco de Alana em contatar o pai. Torci para que isso acontecesse, o que me fez
lembrar do livro Contratempo, até porque as situações são semelhantes.
Algumas
músicas são mencionadas durante a história, mas reconheço que nenhuma me chamou
a atenção, talvez por não serem latinas, como é tão característico da autora. A
música tema de Alana e Joel é “A groovy
kind of love”, de Phill Collins. Há trechos bem hot, mas a trama não se
resume a isso.
O
livro trata de amor, coragem, perdão e principalmente do poder das palavras,
que podem mudar o rumo da vida de uma pessoa. Recomendo o livro pela coragem da
autora em expor a própria história na primeira parte e criar a segunda parte de
forma tão real que me vi torcendo para que tudo o que aconteceu com a
personagem pudesse acontecer também com ela.
Para
quem é fã da autora, ela estará presente em 05/09 na Bienal do Livro no Rio de Janeiro, em 07/09 em um encontro de blogueiros no Rio de Janeiro (necessário
confirmar presença) e em 08/09 em um
evento na Livraria Cultura da Av. Paulista, em São Paulo. Constam mais detalhes sobre a agenda
dela no Brasil na página da Editora Planeta no Facebook.
Um pouco sobre
a autora: Megan Maxwell é uma reconhecida escritora
do gênero romântico. Filha de mãe espanhola e pai americano, publicou vários
romances. Vive em uma aldeia nos arredores de Madri, na companhia do
marido, dos filhos, do cão Drako e do gato Romeo. Seus livros publicados no Brasil
são: