Eu Estive Aqui (Gayle Forman)

quinta-feira, 6 de agosto de 2015


Oi gente que ama livros, hoje venho com a resenha do 41º livro lido em 2015 e foi EU ESTIVE AQUI (Gayle Forman). Gayle Formam é o típico nome que se está na capa de um livro, automaticamente este livro estará na minha lista de desejados e foi assim com EU ESTIVE AQUI. Não quis saber muito sobre a premissa da história, se foi escrito pela Gayle, merece ser lido por mim.

O livro nos traz a Cody, uma moça pobre que mora no interior dos Estados Unidos e que acabou de receber a noticia que sua melhor amiga da vida inteira, a Meg, morreu. Meg cometeu suicídio e o fez de forma planejada, tanto que escreveu um e-mail para a família e para Cody e programou o envio deste e-mail para quando ela já estivesse morta. Cody recebe a notícia e além de profundamente triste, ela fica chocada porque de todas as pessoas que ela poderia esperar este tipo de atitude, Meg era a última que faria isto. A família de Meg pede então para que Cody vá até a república onde a filha morava e recolha seus pertences e quando Cody atende ao pedido da família, descobre um monte de coisas sobre Meg que ela não sabia.
“Como você pode não saber uma coisa dessas sobre a sua melhor amiga? Mesmo que ela não lhe conte, como você pode não saber? Como pode acreditar que alguém é a pessoa mais bonita, incrível e simplesmente a criatura mais mágica que já conheceu, quando, no fim das contas, ela estava sofrendo tanto que precisou beber um veneno que rouba o oxigênio das células até o coração não ter outra escolha senão parar de bater? Então, por favor, não me perguntem sobre Meg. Porque eu não sei merda nenhuma sobre ela.” 
Cody conhece os amigos que Meg fez enquanto estava na faculdade e entre eles, está Ben que não era exatamente um amigo de Meg, mas um flerte. Meg e Ben ficaram juntos e foi um lance casual, porém Cody descobre que ela enviou muitos e-mails para ele e ele a ignorou. Além disso, Cody começa a alimentar a incerteza que talvez Meg não tenha feito tudo sozinha e que de uma forma sinistra, alguém a tenha estimulado a tirar sua própria vida. Decidida a desvendar este mistério, querendo encontrar um culpado para o que Meg fez, Cody mergulha numa fixação em refazer os últimos passos dela.

O livro é triste do começo ao fim. Com uma escrita melancólica, a autora desconstrói a Meg que Cody julgava conhecer e nos apresenta uma jovem depressiva que se escondia atrás de um comportamento vibrante para camuflar a dor do seu coração. Tudo aquilo que Meg queria que Cody acreditasse, que Ben havia sido um cachorro com ela por exemplo, não era exatamente verdade e é Ben quem ajudará Cody a entender que ela também não teve responsabilidade no que Meg fez.

Apesar da escrita bonita da autora e da temática do livro ser tocante, o que mexeu comigo na verdade foi a nota da autora ao final da história quando ela descreve em poucos parágrafos de onde veio a inspiração para desenvolver a narrativa. Atrelado à isso, temos uma pequena explanação do quanto as pessoas negligenciam a depressão e suas consequências e do quanto essa doença precisa ser levada a sério, tratada da forma correta e ter um constante acompanhamento.

Eu gostei bastante do livro e me emocionei muito em várias partes da história. Me coloquei no lugar de vários personagens e refleti. Me encantei com a pureza da família de Meg e me empolguei com o amadurecimento que Cody tem ao longo do livro. De alguma forma, essa temática me deixa um pouco sem rumo e eu tenho uma visão particular sobre o suicídio. Para mim, é o fim da esperança, é o auge de uma dor e o volume máximo de um grito que nem todos conseguem ouvir e sendo assim, a vida realmente não vale a pena. Durante as páginas do livro, me senti um pouco assim, sem esperança porque a Meg não riria voltar, não existia a menor possibilidade de ter havido um erro e ela não estar morta, mas sobretudo, o que me deixou mais sem chão, foi ela ter passado a vida inteira se fantasiando de felicidade para morrer mergulhada na própria tristeza. 

Esse é o tipo de livro que precisa ser lido e debatido. É uma história que merece um pouco mais de espaço  e reflexão porque a depressão ainda é tratada com muito preconceito, ainda que infelizmente, seja a realidade de muitas pessoas, algumas bem próximas a nós. 

Foi um livro que me fez pensar e sentir, mas não é um livro que eu recomende para qualquer pessoa. Trata-se de um drama juvenil, superação a partir de uma perda incalculável, mas sobretudo nos traz uma reflexão sobre o quanto os jovens são cobrados a serem fortes e felizes e do quanto estes mesmos jovens são vítimas da ideia que a tristeza é a pior vilã do universo. 

Recomendo para quem aprecia uma leitura que incomode, que doa e que faça pensar. Eu particularmente, gostei demais!


Um pouco sobre a autora: Gayle Forman nasceu nos Estados Unidos e lá se formou em jornalismo. Escreveu muitos artigos para várias revistas e seu primeiro livro foi publicado em 2007. No Brasil, seus livros publicados são:
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Ivi Campos

47 anos. De todas as coisas que ela é, ser a mãe do André é a que mais a faz feliz. Funcionária Pública e Escritora. Apaixonada por música latina e obcecada por Ricky Martin, Tommy Torres, Pablo Alboran e Maluma! Bookaholic sem esperanças de cura, blogueira por opção e gremista porque nasceu para ser IMORTAL! Alguém que procura concretizar nas palavras o abstrato do coração.




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